Carlos
Lyra
Canção
que Morre no Ar ( Carlos Lyra- Ronaldo Boscoli)
Brinca
no ar
Um
resto de canção
Um
rosto tão sereno
Tão
quieto de paixão
Morre
no ar
O
sempre mesmo adeus
Meus
olhos são teus olhos
Para
nós, vem
Um
mundo sempre amor
O
pranto que desliza
No
seio de uma flor
Terra-luz,
anjo só
Mil
carícias, você traz
Beijo
manso, luz e paz
Canção
que Morre no ar é uma música de autoria de Carlos Lyra com seu
parceiro Ronaldo Boscoli.
O
compositor da bossa nova Carlos Lyra cujo nome completo é Carlos
Eduardo Lyra Barbosa nasceu no Rio de Janeiro no dia 11 de maio de
1936.
Dizer
que a música brasileira feita antes da bossa nova era medíocre e
cometer uma injustiça. Toda uma geração de intérpretes e músicos
que trabalhavam nas boates do Rio de Janeiro no anos 50 contribuíram
para criar o fermento que iria desembocar na bossa nova. E tocando o
grande repertório popular internacional contribuíram para que a
bossa nova tivesse elementos da canção francesa, dos ritmos cubanos
e do bolero.
Estes
artistas eram os cantores Dick Farney, Lucio Alves, Tito Madi, Doris
Monteiro, Dolores Duran, Sylvia Telles, Claudette Soares e conjuntos
vocais como Os Cariocas e Quatro Ases e Um Coringa. Eram intérpretes
como os violonistas Garoto, Luiz Bonfá, e Baden Powwel, pianistas
como Johnny Alf, Antônio Carlos Jobim e Newton Mendonça, os
saxofonistas Zé Bodega, Cipó k- Ximbinho, o acordeonista Joáo
Donato.
O
próprio Carlos Lyra era fã de Charles Trenet e Lucho Gatica.
Carlos
Lyra antes de terminar o secundário já conhecera o privilégio de
ter uma música chamada “ Menina” gravada em meados de 1956 pela
também quase estreante Sylvia Telles.
Outro
grande amigo foi Roberto Menescal que aluno do último ano do curso
científico no colégio Melllo e Souza mudou-se pra o colégio Mallet
Soares ao saber que Carlos Lyra estudava neste colégio. Os dois se
entenderam bem, trocaram várias posições de violão que conheciam
e Lyra estimulou Menescal a aprender a solar a desenvolver um estilo
próprio. Em pouco tempo os dois resolveram abrir uma academia de
violão para ganhar um pouco de dinheiro e se livrarem da pesada
dependência que ainda tinham das famílias. A escola se instalou num
apartamento vazio de um amigo de Carlos Lyra na rua Sá Ferreira
atraiu grande quantidade ade alunos.
O
mais importante no entanto estava acontecendo em outro ponto de
Copacabana mais precisamente na Avenida Atlântica quase esquina da
Constante Ramos. Foi no apartamento de uma amiga de Roberto Menescal
a futura intérprete de bossa nova Nara Leão onde a anfitriã
promovia reuniões diárias de violão com Menescal e outros rapazes
um deles também colega do Mallet o garoto Luis Carlos Vinhas que
estudava piano. Lyra juntou-se a turma em pouco tempo e graças a
Menescal agregou-se ao grupo um jornalista bem mais velho do que eles
que tinha vinte e sete anos chamado Ronaldo Boscoli.
Mais
velho e muito mais experiente Boscoli era repórter da revista
Manchete e nessa condição conhecia quase todo mundo da política do
futebol e da música popular e era considerado o único adulto do
grupo. Ele era cunhado do poeta e compositor Vinícius de Moraes e
amigo de Tom Jobim que todos ali admiravam.
O
grupos de jovens sonhadores e com a iniciativa de criar uma nova
música popular começou a se expandir da casa de Nara. Apareceram o
amigo Chico Feitosa que por sua vez levou o flautista Bebeto
Castilho. Logo apareceram o violonista Normando Santos, os três
irmãos Castro Neves todos tocando vários instrumentos e algumas
moças sem grandes ambições artísticas mas muito interessadas no
que os rapazes faziam. As noitadas começavam por volta da as nove e
não tinham hora para acabar. Cantava-se e tocava-se violão pela
noite afora- música dos outros ou as suas próprias que eles já
estavam começando a fazer.
O
estilo de vida que levavam e suas preferências musicais seriam
decisivos para o tipo de música que eles queriam fazer. Todos ali
eram bonitos, atléticos, bronzeados, moradores de Copacabana e
Ipanema com muitas idas a praia e vendiam saúde. Pelo fato de serem
jovens não se identificavam com a a melancolia das músicas
românticas que então se faziam nas boates. Embora admirassem muito
os compositores antigos não gostavam das letras que estes mestres
faziam segundo eles tristes demais. A culpa de tudo diziam era do
samba-canção. A música norte- americana que todos admiravam -Frank
Sinatra era o ídolo deles- também podia ser romântica sem ser
pessimista.
Posições
Políticas
Havia
uma bossa nova de esquerda representada pela ala politicamente
engajada da bossa nova representada por Carlos Lyra. Nara Leão e
Sérgio Ricardo além de letristas e dramaturgos como Ruy Guerra e
Gianfrancesco Guarnieri.
Carlos
Lyra ajudou a fundar o CPC ( Centro Popular de Cultura)e foi diretor
musical da Rádio Nacional ( afastado pelo golpe de 64), escreveu
música para teatro infantil, adulto e “participante” musicou
filmes do Cinema Novo.
Calor
Lyra casou-se com a norte americana Kate Lyra.
Parceria
Com Vinícius de Moraes
A
parceria com Vinícius de Moraes rendeu canções como “ Minha
Namorada”
Minha
Namorada ( Carlos Lyra- Vinícius de Moraes)
Se
você quer ser a minha namorada
Ai
que linda namorada
Você
poderia ser
Se
quiser ser somente minha
Exatamente
esta coisinha
Essa
coisa toda minha
Que
ninguém mais pode ter
Você
tem que me fazer
Um
juramento
De
só ter um pensamento
Ser
só minha até morrer
E
também não perder este jeitinho
De
falar devagarinho
Essas
histórias de você
E de
repente me fazer muito carinho
E
chorar bem de mansinho
Sem
ninguém saber porque
E se
mais do que minha namorada
Você
quer ser minha amada
Minha
amada , mas amada para valer
Aquela
amada de amor predestinada
Sem
a qual a vida é nada
Sem
a qual se quer morrer
Você
tem que vir comigo
Em
meu caminho
E
talvez o meu caminho
Seja
triste para você
Os
seus olhos tem que ser só dos meus olhos
E os
seus braços o meu ninho
No
silêncio de depois
E
você tem que sera estrela derradeira
Minha
amiga e companheira
No
infinito de nós dois.
A
parceria rendeu ainda “ Pode ir” , “Maria Moita”, “Você e
Eu”,.” Coisa mais Linda”, “Mas Também quem Mandou”.
Carlos Lyra
Carlos Lyra